BLACK EYED PEAS

segunda-feira, 15 de março de 2010

SÓ SE COMEÇA PELO COMEÇO!






Não me lembro exatamente como tudo começou! Também, não fui pesquisar meus alfarrabios, livros, internet, nada... apenas para demonstrar erudição. Tudo que ora exponho vem exclusivamente da memória.

Tenho como primeira lembrança “futebolística”, um jogo que perdemos para o Galícia na década de 60. A saudosa, de grandes pelejas, Fonte Nova, Estádio Otávio Mangabeira, nossa casa, só tinha um anel e a partida terminou na maior pancadaria. Recordo-me de ver o goleiro do Bahia dando uma “voadora” num jogador adversário. Essa cena me marcou muito.

Também, na época, ouvia o nome de alguns jogadores: Gajé, que usava um gorrinho tricolor, Zé Eduardo, Natal e outros.

Ainda criança, tive a sorte de saber que meu avô, Sandoval Peres, foi jogador do Bahia logo quando da sua fundação. Originário do glorioso Sport Club Ypiranga, meu segundo time, que até bem pouco tempo, mais muito pouco tempo mesmo, era o segundo colocado em títulos estaduais baianos. A propósito, estou muito feliz pelo retorno da verdadeira 2ª força do estado.

Minha família, tanto do lado paterno quanto do lado materno, é tricolor e isso influenciou muito minha escolha “clubistica”. Porém, quem realmente fez com que se sedimentasse o meu amor pelo Bahia foi Wilson “Campi”, Meu padrasto e amigo. Ainda criança, me levava a todos os jogos do clube na mansão tricolor antes da primeira reforma. Todo paramentado, com uniforme completo, fui ao Campo da Graça, onde víamos os jogadores de perto. Com ele acompanhei O Bahia disputando o “Brasileirão” da época em Sergipe, e o “infeliz”, gozador que é, me infernizava com a expressão “lá vem o menino do amendoim gritando: A mãe de Luis torrado”. Pequeno, isso me enlouquecia e queria partir para a briga.

Não me lembro exatamente se estava no dia do primeiro desastre na Fonte. Devia estar! Não perdia um jogo!

Na década de 70 vi quase todas as partidas ao vivo, gritando na arquibancada. Só dei uma pausa quando sofri um acidente num domingo, 14 de novembro e tive que ser operado às “pressas”. Quase perdi minha perna. Más, quando acordei, a primeira pergunta foi: quanto foi o jogo? Era Bahia e Flamengo, terminou 2 a 2, estréia de Edu (irmão de Zico) e Afonsinho. Fiquei “retado” com as dores pós-cirurgicas, com o resultado do jogo e porque não vi os gols, tudo não necessáriamente nessa ordem.

Vi Perivaldo, BAIACO (meu perdigueiro de tantas lendas), Thirson “chiquitinha”, Mickey, Gilson Gênio, Sanfelipo, Altimar, Picolé, Elizeu e Fito, Emo, Osni, Washington Luis, Léo Oliveira, Dadá Maravilha entre tantos e tantos outros. Más, nunca vou esquecer: Jorge Campos, Douglas, Beijoca e Jesum! Dava prazer torcer pro “Baêêêêa”. Não posso deixar de falar no Zagueiro Celso e no meia Leandro, dando “caneta” em amistoso contra a SELEÇÃO BRASILEIRA. Nessa época, só se saía dos estádios quando o jogo acabava. Os minutos finais sempre eram empolgantes e surpreendentes. Bahia 5 X O Santa Cruz, que saudade! FOMOS HEPTA!!!

Titio Fantoni, Zezé e Aymore Moreira, Paulo Amaral, Evaristo... Quantos bons técnicos! Queria ser campeão? Era só vir treinar o Bahia!    

E a minha saga sentimental perdurou na década de 80. Estudava Economia na FACCEBA, fui aluno do comentarista esportivo Fernando Cabús, também professor de introdução a Economia e, as “quartas” fugia da faculdade com meu colega Luiz Claudio, às vezes em dia de prova só para ver os jogos.

No futebol de mesa jamais admiti jogar senão fosse com o meu time do Bahia fabricado por Miltinho. Tenho ele até hoje, para mim é uma relíquia! Até aqui as vitórias eram espetaculares e as derrotas sofridas.

Zanata, Paulo Martins, Estevam Soares, Bobô e Claudio Adão... Que time! Quantas vezes vi o nosso (hoje) principal rival estar tomando uma goleada ainda no primeiro tempo e sua torcida indo embora no intervalo. Quem não se lembra de Adão fazendo um gol a “La Pelé”, dando um “banho de cuia” em Lula Paulista na pequena área e mandar no ângulo.

Sidmar, Ronaldo, Claudir, tarantini, Paulo Rodrigues, Paulo Robson Sandro, Osmar, Edinho Jacaré, Tarantini, Marquinhos... Bahia – Campeão Brasileiro, de novo!! Bahia X Flu (RJ), 110.000, mais eu! 19 de fevereiro acabei o aniversário de minha filha só para ver ojogo. 

Não sou Raul Seixas, mas, vi também o surgimento de craques da base: João Marcelo, Dico Maradona, Zé Carlos, Charles..., haja!

Os anos 90, para mim, têm como símbolos: Raudinei, cabo Lima, Marcelo Ramos, Wesley, Nonato, aquele jogo estranho contra o Corinthians, semifinal do brasileirão de 1990. Quem fala melhor sobre esse jogo é Juca Kfouri. Senti que havia algo esquisito e fui me afastando dos estádios e, ainda, aquela partida ainda mais estranha contra o Brasiliense. Mas, essa, Vadão é que sabe. E, ambas fizeram com que desgostasse um pouco e iniciasse, assim, um afastamento.

O incio do novo século, contudo, também, tem seus símbolos: No lado positivo o goleiro Emerson e o meia Preto Casagrande são os maiores representantes. Em compensação são os anos da decadência e seguidas derrotas. Da série A até a serie C, as perdas consecutivas de títulos estaduais e do absolutismo hegemônico na Bahia e no Nordeste. 

Só em 2007, voltei a me emocionar intensamente e, sinceramente, chorei com o segundo desastre da Fonte Nova e com a subida para a série B. De lá para cá voltei a sentir as mesmas alegrias e tristezas de outrora que essa paixão sempre me causou.

Agora, acho que chegou a hora de resgatar o clube. Que se puder colaborar de alguma forma, dentro das minhas possibilidades ajudarei. Nem que seja criticando, alertando, sugerindo ou elogiando.

Hoje os modernos exames de identificação não deixam dúvida sobre a origem: Se fizer exame de DNA, de sangue ou de íris, todos estes confirmarão que sou 100% BAHIA!

Chegou a hora! O IMPÉRIO TRICOLOR CONTRA-ATACA! Retomemos a hegemonia! UMBORA BAÊÊÊÊA!

Esse primeiro texto foi escrito, não me preocupei com vocabulário rebuscado ou gramática. Foi escrito com o coração.

Dedico a minha mulher Milena; Meus filhos Bárbara, Lilibeth, Luisa, Prince e Ludmila; Meus irmãos; Meu Pai; Minha Mãe e Avós (falecidos); Ao amigo Campi  e aqueles outros amigos verdadeiros ou falsos que me fizeram chegar até aqui. Deus nos ajude!